sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Sistema Cardiovascular



Mais de71 bilhões de norte-americanos possuem um ou mais tipos de doença cardiovascular (DVC), incluindo a hipertensão, doença da artéria coronária (DAC), insuficiência cardíaca (IC), acidente vascular cerebral e defeitos cardiovasculares congênitos. Por causa da prevalência de DVC, as enfermeiras atuantes em qualquer ambiente através do continuum do cuidado, quer em casa, no consultório, no hospital, em clínica de repouso ou em instituições de reabilitação, devem ser capazes de avaliar o sistema cardiovascular. Os principais componentes do histórico incluem uma história de saúde, o exame físico e a monitoração de vários resultados de exames laboratoriais e diagnósticos.
O coração é um órgão muscular oco, localizado no centro do tórax, onde ocupa o espaço entre os pulmões (mediastino) e repousa sobre o diafragma. Ele pesa aproximadamente 300g. o peso e o tamanho do coração são influenciadas pela idade, sexo, peso corporal, extensão do exército físico e condicionamento e pela doença cardíaca. O coração bombeia o sangue para os tecidos, suprindo-os com oxigênio e nutrientes.
A ação de bombeamento do coração é realizada pela contração rítmica e relaxamento de sua parede muscular. Durante a sístole (a contração do musculo), os compartimentos cardíacos tornam-se menores a medida que o sangue é ejetado. Durante a diástole (o relaxamento do músculo), os compartimentos cardíacos enchem-se com sangue na preparação para a subsequência da ejeção. Um coração de adulto normal em repouso bate aproximadamente 60 a 80 vezes por minuto. Cada ventrículo ejeta aproximadamente 70mL de sangue por batimento e apresenta um debito de aproximadamente 5 L por minuto.
A parte interna do coração, ou endocárdio, consiste em um tecido endotelial e reveste o interior do coração e as válvulas. A camada média, ou miocárdio, é constituída de fibras musculares, sendo responsável pela ação de bombeamento. A camada exterior do coração é chamada exterior do coração é chamada epicárdio.
O coração é envolto por um saco fibroso fino, chamado de pericárdio, composto de duas camadas. Aderido ao epicárdio está o pericárdio visceral. Envolvendo o pericárdio visceral, está o pericárdio parietal, um tecido fibroso vigoroso que se liga aos grandes vasos, diafragma, esterno e coluna vertebral, sustentando o coração no mediastino.
Os quatro compartimentos do coração constituem os sistemas de bombeamento direito e esquerdo. O lado direito do coração, constituído do átrio direito e do ventrículo direito, distribui o sangue venoso (sangue desoxigenado) para pulmões através da artéria pulmonar (circulação pulmonar) para a oxigenação. O átrio direito recebe o sangue que retorna da veia cava superior (cabeça, pescoço e membros superiores), veia cava inferior (tronco e membros inferiores) e seio coronário (circulação coronária). O lado esquerdo distribui sangue oxigenado para o restante do corpo, através da aorta (circulação sistêmica). O átrio esquerdo recebe o sangue oxigenado a partir da circulação pulmonar por meio de veias pulmonares.
As espessuras variadas das paredes atriais e ventriculares relacionam-se com a carga de trabalho exigida por cada compartimento. Os átrios possuem paredes finas, porque o sangue que retorna a esses compartimentos gera pressões baixas. Em contrapartida, as paredes ventriculares são mais espessas porque elas geram pressões mais elevadas durante a sístole. O ventrículo direito contrai-se contra a pressão vascular pulmonar baixa e possui paredes mais delgadas que que o ventrículo esquerdo.  O ventrículo esquerdo, com paredes duas vezes mais musculosas que aquelas do ventrículo direito, contrai-se contra a pressão sistêmica alta.



As quatro válvulas no coração permitem que o sangue flua apenas em uma direção. As válvulas que são compostas de folhetos finos de tecido fibroso, abrem-se e fecham em resposta ao movimento do sangue e às alterações de pressão dentro dos compartimentos. Existem dois tipos de válvulas: atrioventricular e semilunar.
As válvulas que separam os átrios dos ventrículos são denominadas válvulas atrioventriculares. A válvula tricúspide, assim chamada porque é composta de três cúspides ou folhetos, separa o átrio direito do ventrículo direito. A válvula mitral ou bicúspide (duas cúspides) localiza-se entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo.
Normalmente, quando os ventrículos se contraem, a pressão ventricular aumenta, fechando os folhetos das válvulas atrioventriculares. Durante a sístole, a contração dos músculos papilares faz com que as cordas tendíneas fiquem retesadas, mantendo os folhetos valvulares aproximados e fechados.
As duas válvulas semilunares são compostas por três folhetos semelhantes e meias-luas. A válvula entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar é chamada de válvula pulmonar. A válvula entre o ventrículo e a aorta é chamado de válvula aórtica. 
O coração apresenta grandes camadas metabólicas, extraindo aproximadamente 70 a 80% do oxigênio (outros órgãos extraem, em média, 25%).
Um aumento na frequência cardíaca encurta, a diástole e pode diminuir a perfusão miocárdica. Os pacientes, principalmente aquele com Doença Cardiovascular Coronária, podem desenvolver isquemia miocárdica (suprimento de oxigênio inadequado) quando há aceleração da frequência cardíaca.
O miocárdio é a camada muscular média das paredes atriais e ventriculares. É composto de células, as quais formam uma rede interligada de fibras musculares. Essas fibras envolvem o coração em forma de oito, formando um espiral desde a base do coração até o ápice. Durante a contração, a configuração muscular facilita um movimento de torção e compressão do coração que começa nos átrios e se move até os ventrículos. O padrão sequencial é rítmico da contração, seguido pelo relaxamento das fibras musculares, maximiza o volume de sangue ejetado a cada contração. Esse padrão cíclico de contração do miocárdio é controlado pelo sistema de condução.


Ciclo Cardíaco

Começando com a sístole, a pressão dentro dos ventrículos aumenta rapidamente, forçando as válvulas atrioventriculares a se fechar. Em consequência disso, o sangue para de fruir dos átrios para dentro dos ventrículos, sendo evitado o refluxo do sangue para dentro dos átrios. O rápido aumento da pressão dentro dos ventrículos direito e esquerdo força as válvulas pulmonar e aórtica a se abrir, sendo o sangue ejetado para dentro da artéria pulmonar e aorta, respectivamente. A saída do sangue é, a princípio, rápida; em seguida, à medida que a pressão em cada ventrículo e sua artéria correspondente se equaliza, o fluxo de sangue diminui gradualmente. No final da sístole, a pressão dentro dos ventrículos direito e esquerdo diminui rapidamente. Isso diminui a pressão na artéria pulmonar e aórtica, provocando o fechamento das válvulas semilunares. Esses eventos marcam o início da diástole.
Durante a diástole, quando os ventrículos estão relaxados e as válvulas atrioventriculares estão abertas, o sangue que retorna das veias flui para dentro dos átrios e, em seguida, para dentro dos ventrículos. Próximo ao final desse período diastólico, os músculos atriais se contraem em resposta a um impulso elétrico iniciado pelo nodo SA (sístole atrial). A resultante contração aumenta a pressão dentro dos átrios, ejetando o sangue para dentro dos ventrículos. A sístole atrial aumenta o volume sanguíneo ventricular em torno de 15 a 25% e, por vezes, é referida como o “chute atrial”. Nesse ponto, a sístole ventricular começa em resposta à propagação do impulso elétrico que começou no nodo AS alguns milissegundos antes.
No lado direito do coração, a pressão gerada durante a sístole ventricular (15 a 25 mm Hg) supera a pressão diastólica da artéria pulmonar (8 a 15 mm Hg), sendo o sangue ejetado dentro da circulação pulmonar. Durante a diástole, o sangue venoso flui para dentro do átrio porque a pressão nas veias cavas superior e inferior (8 a 10 mm Hg) é mais elevada no átrio. O sangue flui através da válvula tricúspide aberta e para dentro do ventrículo direito até que as pressões dos dois compartimentos direitos se equalizam (0 a 8 mm Hg).  Durante a ejeção ventricular esquerda, a pressão aórtica resultante (110 a 130 mm Hg) força o sangue através das artérias.
As pressões no compartimento são medidas com o uso de cateteres e equipamentos de monitoração especiais. Essa técnica é chamada de monitoração hemodinâmica.
O débito cardíaco refere-se a quantidade de sangue bombeada por cada ventrículo durante determinado período. O débito cardíaco no adulto em repouso é de aproximadamente 5 litros por minuto, mas varia muito, dependendo das necessidades metabólicas do organismo. O volume sistólico é a quantidade de sangue ejetada por batimento cardíaco. O volume sistólico médio em repouso é de aproximadamente 70 mL, sendo a frequência cardíaca de 60 a 80 batimentos por minutos (bpm). O débito cardíaco pode ser afetado por alterações no volume sistólico ou na frequência cardíaca.
A frequência cardíaca é afetada pelo sistema nervoso central e pela atividade dos barorreceptores. Os barorreceptores são células nervosas especializadas localizadas no arco aórtico e nas artérias carótidas internas direita e esquerda (no ponto da bifurcação das artérias carótidas comuns). Os barorreceptores são sensíveis as alterações na pressão arterial (PA). Durante as elevações de PA (hipertensão), essas células aumentam sua frequência de disparo, transmitindo os impulsos para a medula. Isso inicia a atividade parassimpática e inibe a resposta simpática, diminuindo a frequência cardíaca e a PA. O oposto se verifica durante a hipotensão (PA baixa). A hipotensão resulta em menor estimulação do barorreceptor, o que leva, de imediato, a uma diminuição na atividade inibidora parassimpática do nodo SA, permitindo a atividade simpática aumentada. A resultante vasoconstrição e frequência cardíaca aumentada elevam a PA.
As diferenças estruturais entre os corações de homens e mulheres apresentam implicações significativas. Na comparação com o coração de um homem, o coração de uma mulher tende a ser menor. Ele pesa menos e possuem artérias coronárias menor. Como as artérias coronárias de uma mulher são menores, elas ocluem com maior facilidade a partir da aterosclerose, tornando procedimentos como o cateterismo cardíaco e angioplastia mais difíceis do ponto de vista técnico, com uma maior incidência de complicações pós-procedimentos. Além disso, a frequência em repouso, o volume sistólico e a fração de ejeção do coração de uma mulher são mais elevados que o de um homem, e o tempo de condução de um impulso elétrico que faz trajeto desde o nodo AS através do nodo AV até as fibras de Purkinje é mais curto.









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