Mais de71 bilhões de norte-americanos possuem um ou mais
tipos de doença cardiovascular (DVC), incluindo a hipertensão, doença da
artéria coronária (DAC), insuficiência cardíaca (IC), acidente vascular
cerebral e defeitos cardiovasculares congênitos. Por causa da prevalência de
DVC, as enfermeiras atuantes em qualquer ambiente através do continuum do cuidado, quer em casa, no
consultório, no hospital, em clínica de repouso ou em instituições de
reabilitação, devem ser capazes de avaliar o sistema cardiovascular. Os principais
componentes do histórico incluem uma história de saúde, o exame físico e a
monitoração de vários resultados de exames laboratoriais e diagnósticos.
O coração é um órgão muscular oco, localizado no centro do
tórax, onde ocupa o espaço entre os pulmões (mediastino) e repousa sobre o
diafragma. Ele pesa aproximadamente 300g. o peso e o tamanho do coração são
influenciadas pela idade, sexo, peso corporal, extensão do exército físico e
condicionamento e pela doença cardíaca. O coração bombeia o sangue para os
tecidos, suprindo-os com oxigênio e nutrientes.
A ação de bombeamento do coração é realizada pela contração
rítmica e relaxamento de sua parede muscular. Durante a sístole (a contração do musculo), os compartimentos cardíacos
tornam-se menores a medida que o sangue é ejetado. Durante a diástole (o relaxamento do músculo), os
compartimentos cardíacos enchem-se com sangue na preparação para a subsequência
da ejeção. Um coração de adulto normal em repouso bate aproximadamente 60 a 80
vezes por minuto. Cada ventrículo ejeta aproximadamente 70mL de sangue por
batimento e apresenta um debito de aproximadamente 5 L por minuto.
A parte interna do coração, ou endocárdio, consiste em um
tecido endotelial e reveste o interior do coração e as válvulas. A camada média,
ou miocárdio, é constituída de
fibras musculares, sendo responsável pela ação de bombeamento. A camada
exterior do coração é chamada exterior do coração é chamada epicárdio.
O coração é envolto por um saco fibroso fino, chamado de pericárdio,
composto de duas camadas. Aderido ao epicárdio está o pericárdio visceral.
Envolvendo o pericárdio visceral, está o pericárdio parietal, um tecido fibroso
vigoroso que se liga aos grandes vasos, diafragma, esterno e coluna vertebral,
sustentando o coração no mediastino.
Os quatro compartimentos do coração constituem os sistemas
de bombeamento direito e esquerdo. O lado direito do coração, constituído do
átrio direito e do ventrículo direito, distribui o sangue venoso (sangue
desoxigenado) para pulmões através da artéria pulmonar (circulação pulmonar)
para a oxigenação. O átrio direito recebe o sangue que retorna da veia cava
superior (cabeça, pescoço e membros superiores), veia cava inferior (tronco e
membros inferiores) e seio coronário (circulação coronária). O lado esquerdo
distribui sangue oxigenado para o restante do corpo, através da aorta
(circulação sistêmica). O átrio esquerdo recebe o sangue oxigenado a partir da
circulação pulmonar por meio de veias pulmonares.
As espessuras variadas das paredes atriais e ventriculares
relacionam-se com a carga de trabalho exigida por cada compartimento. Os átrios
possuem paredes finas, porque o sangue que retorna a esses compartimentos gera
pressões baixas. Em contrapartida, as paredes ventriculares são mais espessas
porque elas geram pressões mais elevadas durante a sístole. O ventrículo
direito contrai-se contra a pressão vascular pulmonar baixa e possui paredes
mais delgadas que que o ventrículo esquerdo.
O ventrículo esquerdo, com paredes duas vezes mais musculosas que aquelas
do ventrículo direito, contrai-se contra a pressão sistêmica alta.
As quatro válvulas no coração permitem que o sangue flua
apenas em uma direção. As válvulas que são compostas de folhetos finos de
tecido fibroso, abrem-se e fecham em resposta ao movimento do sangue e às
alterações de pressão dentro dos compartimentos. Existem dois tipos de
válvulas: atrioventricular e semilunar.
As válvulas que separam os átrios dos ventrículos são denominadas
válvulas atrioventriculares. A
válvula tricúspide, assim chamada porque é composta de três cúspides ou
folhetos, separa o átrio direito do ventrículo direito. A válvula mitral ou
bicúspide (duas cúspides) localiza-se entre o átrio esquerdo e o ventrículo
esquerdo.
Normalmente, quando os ventrículos se contraem, a pressão
ventricular aumenta, fechando os folhetos das válvulas atrioventriculares.
Durante a sístole, a contração dos músculos papilares faz com que as cordas
tendíneas fiquem retesadas, mantendo os folhetos valvulares aproximados e
fechados.
As duas válvulas
semilunares são compostas por três folhetos semelhantes e meias-luas. A
válvula entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar é chamada de válvula
pulmonar. A válvula entre o ventrículo e a aorta é chamado de válvula aórtica.
O coração apresenta grandes camadas metabólicas, extraindo
aproximadamente 70 a 80% do oxigênio (outros órgãos extraem, em média, 25%).
Um aumento na frequência cardíaca encurta, a diástole e pode
diminuir a perfusão miocárdica. Os pacientes, principalmente aquele com Doença
Cardiovascular Coronária, podem desenvolver isquemia miocárdica (suprimento de oxigênio inadequado) quando há
aceleração da frequência cardíaca.
O miocárdio é a
camada muscular média das paredes atriais e ventriculares. É composto de
células, as quais formam uma rede interligada de fibras musculares. Essas
fibras envolvem o coração em forma de oito, formando um espiral desde a base do
coração até o ápice. Durante a contração, a configuração muscular facilita um
movimento de torção e compressão do coração que começa nos átrios e se move até
os ventrículos. O padrão sequencial é rítmico da contração, seguido pelo
relaxamento das fibras musculares, maximiza o volume de sangue ejetado a cada contração.
Esse padrão cíclico de contração do miocárdio é controlado pelo sistema de
condução.
Ciclo Cardíaco
Começando com a sístole, a pressão dentro dos ventrículos
aumenta rapidamente, forçando as válvulas atrioventriculares a se fechar. Em
consequência disso, o sangue para de fruir dos átrios para dentro dos
ventrículos, sendo evitado o refluxo do sangue para dentro dos átrios. O rápido
aumento da pressão dentro dos ventrículos direito e esquerdo força as válvulas
pulmonar e aórtica a se abrir, sendo o sangue ejetado para dentro da artéria
pulmonar e aorta, respectivamente. A saída do sangue é, a princípio, rápida; em
seguida, à medida que a pressão em cada ventrículo e sua artéria correspondente
se equaliza, o fluxo de sangue diminui gradualmente. No final da sístole, a
pressão dentro dos ventrículos direito e esquerdo diminui rapidamente. Isso
diminui a pressão na artéria pulmonar e aórtica, provocando o fechamento das
válvulas semilunares. Esses eventos marcam o início da diástole.
Durante a diástole, quando os ventrículos estão relaxados e
as válvulas atrioventriculares estão abertas, o sangue que retorna das veias
flui para dentro dos átrios e, em seguida, para dentro dos ventrículos. Próximo
ao final desse período diastólico, os músculos atriais se contraem em resposta
a um impulso elétrico iniciado pelo nodo SA (sístole atrial). A resultante
contração aumenta a pressão dentro dos átrios, ejetando o sangue para dentro
dos ventrículos. A sístole atrial aumenta o volume sanguíneo ventricular em torno
de 15 a 25% e, por vezes, é referida como o “chute atrial”. Nesse ponto, a
sístole ventricular começa em resposta à propagação do impulso elétrico que
começou no nodo AS alguns milissegundos antes.
No lado direito do coração, a pressão gerada durante a
sístole ventricular (15 a 25 mm Hg) supera a pressão diastólica da artéria
pulmonar (8 a 15 mm Hg), sendo o sangue ejetado dentro da circulação pulmonar.
Durante a diástole, o sangue venoso flui para dentro do átrio porque a pressão
nas veias cavas superior e inferior (8 a 10 mm Hg) é mais elevada no átrio. O
sangue flui através da válvula tricúspide aberta e para dentro do ventrículo
direito até que as pressões dos dois compartimentos direitos se equalizam (0 a
8 mm Hg). Durante a ejeção ventricular
esquerda, a pressão aórtica resultante (110 a 130 mm Hg) força o sangue através
das artérias.
As pressões no compartimento são medidas com o
uso de cateteres e equipamentos de monitoração especiais. Essa técnica é
chamada de monitoração hemodinâmica.
O débito cardíaco
refere-se a quantidade de sangue bombeada por cada ventrículo durante
determinado período. O débito cardíaco no adulto em repouso é de
aproximadamente 5 litros por minuto, mas varia muito, dependendo das
necessidades metabólicas do organismo. O volume
sistólico é a quantidade de sangue ejetada por batimento cardíaco. O volume
sistólico médio em repouso é de aproximadamente 70 mL, sendo a frequência
cardíaca de 60 a 80 batimentos por minutos (bpm). O débito cardíaco pode ser
afetado por alterações no volume sistólico ou na frequência cardíaca.
A frequência cardíaca
é afetada pelo sistema nervoso central e pela atividade dos barorreceptores. Os
barorreceptores são células nervosas
especializadas localizadas no arco aórtico e nas artérias carótidas internas
direita e esquerda (no ponto da bifurcação das artérias carótidas comuns). Os
barorreceptores são sensíveis as alterações na pressão arterial (PA). Durante
as elevações de PA (hipertensão),
essas células aumentam sua frequência de disparo, transmitindo os impulsos para
a medula. Isso inicia a atividade parassimpática e inibe a resposta simpática,
diminuindo a frequência cardíaca e a PA. O oposto se verifica durante a hipotensão (PA baixa). A hipotensão
resulta em menor estimulação do barorreceptor, o que leva, de imediato, a uma
diminuição na atividade inibidora parassimpática do nodo SA, permitindo a
atividade simpática aumentada. A resultante vasoconstrição e frequência
cardíaca aumentada elevam a PA.
As diferenças estruturais entre os corações de homens e
mulheres apresentam implicações significativas. Na comparação com o coração de
um homem, o coração de uma mulher tende a ser menor. Ele pesa menos e possuem
artérias coronárias menor. Como as artérias coronárias de uma mulher são
menores, elas ocluem com maior facilidade a partir da aterosclerose, tornando
procedimentos como o cateterismo cardíaco e angioplastia mais difíceis do ponto
de vista técnico, com uma maior incidência de complicações pós-procedimentos.
Além disso, a frequência em repouso, o volume sistólico e a fração de ejeção do
coração de uma mulher são mais elevados que o de um homem, e o tempo de
condução de um impulso elétrico que faz trajeto desde o nodo AS através do nodo
AV até as fibras de Purkinje é mais curto.
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